Criatividade extracurricular-DFTV -2ª edição-02/07/2008

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Equipamentos criados no laboratório de uma escola pública de Sobradinho representam mais que uma atividade extracurricular
Foi em um laboratório de informática de uma escola pública de ensino médio que o professor Antônio Jacó e Souza decidiu fazer a diferença. Há sete anos os equipamentos eram sucateados, não havia nem impressora. Internet, então, era um sonho. Mesmo assim, com a experiência de matemático e físico, ele resolveu ensinar robótica fora do horário de aulas. E não foi difícil achar interessados. “Desde pequeno eu desmontava muito brinquedo, fazia ligações com motores, pilhas”, conta o aluno Ramon Silva. “Eu vi da teoria que eu via dentro de sala e pode colocar em prática”, diz o aluno Rafael Magela. O primeiro desafio foi montar carrinhos mecatrônicos, que se movimenta quando um sensor recebe luz. Depois, vieram os óculos que calculam a distância até um obstáculo, desenvolvido para deficientes visuais. Hoje, as aulas extras reúnem 70 alunos. Com tanta criatividade, a Universidade de Brasília (UnB) resolveu apostar no projeto e doou computadores novinhos. Com eles foi possível voar mais alto. A turma está criando um robô. “A gente já está testando ele para desviar de objetos grandes. O próximo passo é colocar uma câmera e testar as cores”, diz o aluno Guilherme Mendonça. O que era para ser apenas uma aula diferente acabou rendendo mais do que o professor poderia imaginar. A participação em quatro feiras nacionais competindo, inclusive, com universitários; dois prêmios na área de robótica e informática e seis ex-alunos que passaram no vestibular e, hoje, cursam engenharia da computação. “É dedicação, suor, trabalho e acreditar que eles podem fazer coisas estão longe da nossa visão normal. E considerar que o pouco que a gente oferece ainda pode ser dado um pouco mais”, revela o professor. Fabiana Santos / Márcio Muniz