segunda-feira, 6 de outubro de 2008

PROFESSOR ABRE AS PORTAS DA ROBÓTICA PARA ALUNOS CARENTES-CEM 01Sobradinho

A idéia surgiu há dez anos. Com alguns computadores e muita força de vontade, o professor das disciplinas de matemática e física, Antonio Jacó Neto, do Centro de Ensino Médio 01, de Sobradinho, aproveitou a modesta estrutura do laboratório de informática e começou a ensinar os princípios básicos da robótica para alunos voluntários. O trabalho vem apresentando ótimos resultados, graças à criatividade e a capacidade de invenção de seus alunos.
Pelo menos uma vez por semana 57 alunos passam o período da tarde no laboratório de informática do Centro de Ensino Médio 01 de Sobradinho. O objetivo desses alunos voluntários é aprender robótica e inventar. A criatividade, por sinal, é algo que anda solta na cabeça desses estudantes. O professor Jacó mostra com orgulho o protótipo de diversas invenções criadas ali mesmo no laboratório.
Uma dessas invenções ganhou repercussão nacional. Um óculos que permite complementar a segurança dos portadores de necessidades especiais foi desenvolvido por seus alunos e ficou conhecido como óculos-sonar. Jacó explica que o protótipo tem um sensor sonar que emite ondas ultra-sônicas, um micro controlador, que calcula a distância entre os objetos, e um micro alto-falante que gera um bip. “O objetivo do óculos é alertar o deficiente visual sobre possíveis obstáculos à sua frente, evitando colisões e quedas”, disse Jacó.
O projeto foi premiado na 5ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia – Febrace realizada em março de 2007. O sucesso do projeto rendeu ainda convite para participação no Congresso da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC daquele ano, entre outros.
Atualmente está sendo desenvolvido pelos alunos outro projeto que promete muita repercussão: é um robô que simula a visão humana e que pode ser adaptado em cadeira de rodas, macas hospitalares, veículos e outros. Jacó explica que o protótipo capta a imagem do ambiente por meio de uma mini-câmera e a remete para um programa. Este programa aciona um dispositivo mecânico que desvia automaticamente o curso do veículo quando detecta algum tipo de barreira à frente. O protótipo pode, ainda, percorrer médias distâncias guiando-se por tarjas magnéticas afixadas pelo caminho.
Interdisciplinaridade e criatividade
O sucesso das invenções, segundo Jacó, se deve a dois fatores: a interdisciplinaridade aliada à prática e a facilidade dos alunos em lidar com desafios.
“Quando desenvolvemos, por exemplo, um carrinho que se move com a presença da luz, o aluno aprende como é feita a transferência de energia química para elétrica, teoria ensinada na disciplina de química no 3.º ano do ensino médio. Para montar um circuito com sensor de luminosidade, o aluno é obrigado estudar os conceitos de eletricidade e eletrônica. Tem ainda que se familiarizar com os termos em inglês e apresentar um relatório. E como todo o trabalho é realizado em grupo, os alunos tem a oportunidade de colocar na prática os conceitos da sociologia”, explica Jacó.
Para Jacó o desempenho dos alunos se deve à criatividade e, principalmente, pela facilidade em lidar com desafios, característica inerente ao aluno de baixa de renda. “O aluno carente está acostumado a lidar com dificuldades diariamente e não se apavora diante de um desafio. Neste ponto, a baixa condição social se tornou uma aliada para nossos alunos” garante Jacó.
Brasília, 26 de junho de 2008.

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