Como muitos alunos e interessados estão me pedindo o gabarito das questões, na postagem anterior, resolvi disponibilizá-lo com as devidas explicações.
Peço perdão porque , de acordo com a formatação do texto, pode ser que o número da linha onde se localizaram palavras e expressões possa estar equivocado. Se isso acontecer é só fazer a troca do número da linha , relendo o texto.Obrigada.
Se mesmo assim houver dúvidas, podem me enviá-las para sejam dirimidas a contento.
Lembrem-se de que estudar sempre é necessário para nosso aperfeiçoamento e aumentar nosso nível de criticidade diante das grandes questões que nos afligem.
Bons estudos!
Texto para responder aos itens de 01 a 13
Poesia
do Tempo
O equívoco entre
poesia e povo já é demasiadamente sabido para que valha a pena insistir nele.
Denunciemos antes o equívoco entre poesia e poetas. A poesia não se “dá”, é
hermética ou inumana, queixam-se por aí. Ora, eu creio que os poetas poderiam
demonstrar o contrário ao público. De que maneira? Abandonando a ideia de que
poesia é evasão. E aceitando alegremente a ideia de que poesia é participação.
Não basta dizer que já não há torres de marfim; a torre desmoronou-se pelo
ridículo, porém muitos poetas continuam vendo na poesia um instrumento de fuga
da realidade ou de correção do que essa realidade ofereça de monstruoso e de
errado. Desenvolve-se então entre eles a linguagem cifrada, que nenhum leigo
entende, e que suscita o equívoco já célebre entre poesia e povo.
(Carlos Drummond de
Andrade)
(...)(Extraído
do Concurso da Aeronáutica-Exame de Admissão -Sargento da Aeronáutica)
01 (C)
O termo
"nele" (l.01) completa diretamente o sentido da forma verbal
"insistir"(l.01).
Todo verbo
transitivo indireto pede complemento verbal(objeto indireto) introduzido por
preposição.
Insistir em algo- EM preposição.
02 (E) Os vocábulos
"já"(l.01), "não"(l.02) e "há"(l.05) são
acentuados graficamente de acordo com a mesma regra de acentuação gráfica.
Nesse item,apenas dois vocábulos entram na
mesma regra- monossílabos tônicos terminados em –A(já e há), porém o vocábulo “não”
não possui acento agudo ou circunflexo, ficando fora dessa regra de
acentuação. O til(~) não é acento. Atenção!
Alguns até afirmam que a palavra bênção possui "dois acentos"ou até se espantam quando ressalto que há apenas um acento circunflexo no "ê".Na verdade, só há um acento gráfico, portanto acentuado por ser uma paroxítona terminada em -ão.
03 (E) O vocábulo "para"
(l.01) introduz uma oração de caráter temporal.
A palavra ”para” ,nesse contexto, introduz uma
oração com valor semântico de finalidade, objetivo. Não há ,aqui, qualquer
valor de caráter temporal.
04 (C) As orações "que nenhum leigo entende"(l.07) e
"que suscita o equívoco já célebre entre poesia e povo."(l.08) possuem idêntica classificação e são
subordinadas a uma mesma oração
principal .
As duas orações
citadas são subordinadas, isto é, dependentes de uma mesma oração principal. Elas
são classificadas como subordinadas adjetivas explicativas(possuem vírgula ),
pois se ligam ao substantivo anterior, além de serem introduzidas pelo pronome
relativo.
05 (E) A reescritura da oração
"Não basta dizer que já não há torres de marfim..."(l.04)
obedeceria à correção gramatical , caso
a forma verbal destacada fosse substituída pela forma verbal "existir" no singular.
O verbo “haver”,
no sentido de “existir”, fica impessoal, ou seja, na 3ªpessoa do singular.
Entretanto, se o verbo “existir” puder substituir o verbo “haver”, estando ao
lado dele um termo no plural, concordará com esse elemento que se tornará o
sujeito da oração.
“...há torres...”- existem
torres. Portanto, vemos que o verbo existir ficará no plural, concordando com o
termo “torres”(sujeito).
06 (E) O vocábulo
"porém"(l.05) introduz uma oração subordinada com valor adverbial,
sendo substituído, com correção, pelo vocábulo "embora".
A conjunção “porém”
é coordenativa de caráter
adversativo,pode ser substituída por qualquer outra de mesmo valor (mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto,etc.) ,logo não pode substituir uma conjunção subordinativa de caráter concessivo ("embora"), que pode ser substituída por outras de mesmo valor( ainda que, apesar de que, conquanto,etc.)
07 (E)
A oração "de
que poesia é evasão" (l.04) ,por ser introduzida por uma preposição, tem o
valor semântico de um objeto indireto.
Apesar de a
oração ser introduzida por uma preposição(“de”), vem logo após um substantivo
de sentido incompleto(“ideia”).Como vem completando o sentido de um nome(substantivo),
classifica-se como uma oração subordinada substantiva completiva nominal,
exercendo, com isso, o papel de complemento nominal da oração anterior. Para
ter o valor de objeto indireto, a oração principal deverá conter o verbo transitivo
indireto, cujo complemento é um objeto indireto.
Por exemplo, Eu gostaria de
que você trancasse a porta. Nesse caso, a oração grifada é introduzida pela
preposição “de”, mas completa o sentido do verbo “gostar” .Assim, possui valor
de objeto indireto, complemento verbal de “gostar”.
08 (C) A expressão "é
hermética" é formada de verbo de ligação e adjetivo com função de
predicativo do sujeito.
Quando a estrutura se forma de
verbo de ligação, também classificado como de verbo estado, evidencia uma
característica ou modo de ser de algum elemento (sujeito), que é denominado predicativo do sujeito.
09 (E) A expressão "entre poesia
e povo" é introduzida por uma conjunção e completa o sentido
do vocábulo "equívoco"(l.01), sendo classificada como complemento
nominal.
Para haver complemento nominal é necessário existir preposição e não a “conjunção” como afirma o item. Cuidado,
pois um leve deslize leva a pessoa a assinalar como correto.
10 (E) Os vocábulos
"demasiadamente" (l.01) , "ao público"(l.03) e
"alegremente"(l.04)são classificados como advérbios de modo.
Há apenas duas palavras ,"demasiadamente" e "alegremente",que se classificam como advérbios de modo.A expressão "ao público" ,entretanto, não possui valor adverbial, completando o sentido da forma verbal "demonstrar" portanto objeto indireto =demonstrar A alguém , exige a preposição A.
11 (C) A forma verbal "Denunciemos" (l.02) está no
modo imperativo, na 1ª pessoa do
plural.
A forma verbal
está na 1ª pessoa do plural do imperativo afirmativo. Aqui
o falante tem o objetivo de levar o interlocutor a realizar a ação sugerida ou
ordenada por ele, portanto afirmação correta. “Denunciemos (nós) antes o equívoco...”
12 (C) Está na voz passiva sintética
a oração "Desenvolve-se então entre eles a linguagem
cifrada..."(l.08) cujo sujeito é
indeterminado e o vocábulo "se" classifica-se como partícula
apassivadora.
Observa-se que o verbo (“desenvolver”)
vem acompanhado da partícula apassivadora ou pronome apassivador (SE), o
sujeito (“a linguagem cifrada”) sofre a ação verbal.Essa é, portanto, a
elaboração da frase na voz passiva sintética.
13 (C)
O vocábulo
"se" em "queixam-se por
aí."(l.03) é a partícula integrante do verbo que é
classificado como pronominal.
Nessa
frase, a partícula “se” é parte integrante do verbo. Ao conjugarmos tal forma
verbal, essa deve vir acompanhada do pronome.
“O SE será uma partícula integrante do verbo
quando esses próprios verbos exprimirem sentimentos, mudanças de estado,
movimento etc., como queixar-se, arrepender-se, converter-se, conhecidos como
verbos essencialmente pronominais. “https://www.recantodasletras.com.br/gramatica/3181685. Acesso
em 09/09/2018.
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